O carburador do Chevrolet Opala SS, um dos clássicos esportivos brasileiros da década de 1970 e início dos anos 1980, era um componente essencial do sistema de alimentação do motor.

Revista mecânica – Tábata Miyuki – Colunista
Antes da popularização da injeção eletrônica, os carburadores eram responsáveis por dosar e misturar o ar e o combustível na proporção correta antes de entrarem nos cilindros do motor.
Como funcionava o carburador do Opala SS?

O Opala SS teve várias versões ao longo dos anos, com motores 4 cilindros (2.5) e 6 cilindros (4.1), e usava diferentes tipos de carburadores conforme o ano e a motorização.
Os modelos mais potentes, como o SS6 (seis cilindros), geralmente usavam carburadores de corpo duplo, como o Solex H 40/44 EIS ou similares, e em algumas versões, carburadores de corpo duplo sincronizados (carburador duplo).
Aqui está uma explicação geral de como ele funcionava:
Princípios de funcionamento:
- Admissão de ar:
- Quando o motorista pisa no acelerador, a borboleta de aceleração no carburador se abre, permitindo a entrada de ar.
- Mistura ar-combustível:
- O ar que entra passa por um venturi (um estreitamento do canal), criando uma área de baixa pressão;
- Essa baixa pressão suga o combustível do reservatório do carburador (cuba) por meio dos giclês, misturando-o ao ar;
- Atomização:
- O combustível é atomizado (finamente pulverizado) no ar, criando uma mistura combustível-ar que vai para os cilindros.
- Ajustes automáticos/manuais:
- O carburador tem sistemas para ajustar a mistura em diferentes situações: marcha lenta, aceleração, alta rotação, partida a frio, etc.
Componentes típicos do carburador do Opala SS:

- Cuba: reservatório interno que mantém uma quantidade constante de combustível;
- Boia e válvula de agulha: controlam o nível de combustível na cuba;
- Giclês: pequenos orifícios calibrados por onde o combustível passa;
- Venturi: canal que acelera o ar e gera o vácuo necessário para puxar o combustível;
- Difusores: ajudam a pulverizar o combustível;
- Borboletas: controlam a entrada de ar (aceleração);
- Acelerador mecânico ou a cabo: ligação direta ao pedal do acelerador;
- Afogador manual ou automático: usado para enriquecer a mistura na partida a frio.
Curiosidade sobre performance:
Os entusiastas muitas vezes faziam adaptações, como:
- Trocar os giclês por maiores para aumentar o fluxo de combustível;
- Usar carburadores duplos ou até Weber 40 ou 44 (mais esportivos);
- Colocar filtros de ar esportivos para melhorar a admissão.
