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Como funciona o sistema de freio a tambor do fusca da década de 1970?

O sistema de freio a tambor do Fusca da década de 1970 é um sistema mecânico-hidráulico bastante robusto e simples, típico dos carros da época.

Tábata Miyuki

Revista mecânica – Tábata Miyuki – Colunista

Ele foi usado nas quatro rodas dos Fuscas até meados dos anos 1970, quando alguns modelos passaram a ter freio a disco na dianteira.

Como funciona o sistema de freio a tambor do fusca da década de 1970
Como funciona o sistema de freio a tambor do fusca da década de 1970

Componentes principais do freio a tambor do Fusca:

  1. Tambor de freio – Um cilindro metálico que gira junto com a roda;
  2. Sapatas de freio – Duas peças curvas com material de atrito (lonas), que pressionam o interior do tambor para frear;
  3. Cilindro de roda (cilindro hidráulico) – Um pequeno pistão hidráulico que empurra as sapatas;
  4. Molas de retorno – Recolhem as sapatas depois da frenagem;
  5. Lonas de freio – Revestimento das sapatas que cria atrito;
  6. Fluido de freio – Transmite a pressão do pedal até os cilindros de roda;
  7. Cilindro mestre – Envia o fluido pressurizado para os freios das rodas ao pisar no pedal.

Funcionamento do sistema:

  1. Ao pisar no pedal de freio:
    • O pedal aciona o cilindro mestre, que pressuriza o fluido de freio.
  2. Pressão hidráulica:
    • O fluido vai até os cilindros de roda localizados dentro de cada tambor.
  3. Ação das sapatas:
    • A pressão nos cilindros empurra as sapatas contra a parte interna do tambor, criando atrito e reduzindo a rotação da roda.
  4. Parada do carro:
    • O atrito entre as lonas e o tambor desacelera a roda, freando o carro.
  5. Ao soltar o pedal:
    • As molas de retorno puxam as sapatas de volta para a posição inicial;
    • O fluido retorna ao cilindro mestre, e o tambor roda livremente novamente.

Características e manutenções típicas:

  • Ajuste manual ou automático: Alguns Fuscas mais antigos exigem ajuste manual das sapatas para compensar o desgaste das lonas;
  • Desgaste comum: Lonas gastas, cilindros de roda vazando, ou fluido velho são causas comuns de problemas;
  • Resfriamento: Freios a tambor esquentam mais e dissipam calor pior que discos — por isso podem perder eficiência em uso intenso.

Curiosidade:

  • Até aproximadamente 1976, todos os Fuscas brasileiros vinham com freio a tambor nas quatro rodas.
  • Depois disso, os modelos com motor 1600 passaram a ter freios a disco na dianteira, mantendo tambor na traseira.

Lonas do Freio a Tambor

As lonas de freio do Fusca da década de 1970, como em praticamente todos os carros da época, eram feitas com compostos que continham amianto (asbestos) como principal material de fricção.

Composição típica das lonas de freio nos anos 1970:

  • Amianto (asbestos):
    Usado por sua alta resistência térmica e durabilidade. Era o principal componente do material de atrito;
  • Resinas fenólicas:
    Para ligar os materiais e dar coesão às lonas.
  • Cargas minerais e metálicas:
    Como pó de ferro, grafite ou alumínio, para melhorar resistência mecânica, dissipação de calor e desempenho.
  • Fibras diversas:
    Além do amianto, às vezes eram usadas fibras naturais ou sintéticas para reforço.

Amianto: um risco à saúde

Embora fosse um material barato e eficiente, o amianto é extremamente prejudicial à saúde, especialmente quando suas fibras são inaladas. Ele está associado a doenças graves como:

  • Asbestose;
  • Câncer de pulmão;
  • Mesotelioma pleural.

Por isso, seu uso começou a ser restrito em muitos países a partir das décadas de 1980 e 1990. No Brasil, o uso do amianto foi banido pelo STF em 2017.

Tábata Miyuki
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