O sistema de embreagem monodisco a seco é um dos tipos mais comuns de embreagem utilizados em automóveis com transmissão manual.
Revista mecânica – Tábata Miyuki – Colunista
Ele serve para conectar e desconectar o motor da caixa de câmbio, permitindo que o veículo arranque suavemente e que as marchas sejam trocadas sem danos ao sistema de transmissão.
Componentes principais
- Disco de embreagem
- Um disco com revestimento de material de atrito (semelhante ao das pastilhas de freio);
- É montado no eixo de entrada da transmissão.
- Plato (ou platô) de embreagem
- É preso ao volante do motor e exerce pressão sobre o disco de embreagem, pressionando-o contra o volante;
- Contém molas diafragma que geram a força de pressão.
- Volante do motor
- Fixa-se à ponta do virabrequim e fornece a superfície de atrito para o disco de embreagem.
- Rolamento de embreagem (colher ou atuador)
- Pressiona o centro do platô, liberando a pressão sobre o disco de embreagem quando o pedal é acionado.
- Pedal de embreagem + sistema de acionamento
- Pode ser mecânico (por cabo) ou hidráulico;
- Quando o motorista pisa no pedal, o sistema aciona o rolamento, que atua sobre o platô.
Como funciona
1. Pedal solto (embreagem acoplada)
- As molas do platô pressionam o disco de embreagem contra o volante do motor;
- O disco gira junto com o motor, transmitindo torque para a transmissão e, por consequência, para as rodas.
2. Pedal pressionado (embreagem desacoplada)
- O rolamento empurra a mola diafragma do platô;
- Isso alivia a pressão sobre o disco de embreagem, que se descola do volante;
- O motor gira livremente, sem transmitir movimento à transmissão, ideal para trocar marchas ou parar o carro sem desligar o motor.
“Monodisco” e “a seco”
- Monodisco: Usa apenas um disco de embreagem. É o mais comum em carros de passeio;
- A seco: Não há lubrificação entre os componentes de atrito (diferente da embreagem “em banho de óleo”, comum em motocicletas ou veículos com embreagem multidisco).
Vantagens
- Simples e barato;
- Boa eficiência de transmissão de torque;
- Fácil manutenção.
Desvantagens
- Pode sofrer desgaste rápido em uso severo (trânsito intenso, subidas, etc.);
- Menor suavidade de acoplamento em comparação a sistemas mais sofisticados (como embreagens multidisco ou automatizadas).
O disco de embreagem é feito de uma combinação de materiais metálicos e compostos de fricção, projetados para suportar altas temperaturas, pressão e desgaste. Os principais componentes são:
Núcleo (ou base) metálica
- Geralmente feito de aço ou ferro fundido, por sua resistência mecânica e capacidade de suportar deformações.
2. Material de fricção (revestimento do disco)
Esse é o material que entra em contato com o platô e o volante, e é crucial para a eficiência da embreagem. Pode ser feito de:
- Compostos orgânicos reforçados: mistura de resinas, fibras (como kevlar ou celulose), e materiais abrasivos. Muito comum em carros de passeio;
- Kevlar: usado em embreagens de alta performance, pois resiste mais ao calor e ao desgaste;
- Cerâmica ou compostos cerâmicos: usado em carros de corrida ou aplicações pesadas, pois aguenta temperaturas extremas e tem alta fricção, mas é mais agressivo com os componentes e menos confortável;
- Metal sinterizado: em aplicações industriais ou veículos pesados, mistura de pós metálicos prensados e tratados termicamente para formar um material extremamente durável.
3. Molas amortecedoras (no centro do disco)
- Também são de aço e ajudam a absorver vibrações e choques durante o engate da embreagem.
